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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

SÃO MARTINIANO DE CESAREIA, MONGE EREMITA; E SANTAS ZOÉ E FOTINIA (SÉC. IV)


Martiniano era um monge eremita, 
mas acabou se tornando um
 andarilho para que o pecado 
nunca o achasse “em endereço fixo”.




São Martiniano foi capaz de  converter muitos que o procuravam e ser instrumento de muitos milagres.




Nasceu no século IV, em Cesareia, na Palestina. Desde a tenra idade decidiu ligar sua vida a Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de doenças e até a expulsão de maus espíritos.
Muito jovem, discerniu sua vocação à vida de eremita; retirou-se a um lugar distante para se entregar à vida de sacrifício e de oração pela salvação das pessoas e também pela própria conversão. Ele vivia um grande combate contra o homem velho, aquele que tem fome de pecado, que é desequilibrado pela consequência do pecado original que atingiu a humanidade que todos nós herdamos. Mas foi pela Misericórdia, pela força do Espírito Santo, que ele se tornou santo.
Sua fama foi se espalhando e muitos procuravam Martiniano. Embora jovem, ele era cheio do Espírito Santo para o aconselhamento, a direção espiritual, até apresentando situações de enfermidades, na qual ele clamava ao Senhor Jesus pela cura e muitos milagres aconteciam. Através dele, Jesus curava os enfermos.
Homem humilde, buscava a vontade de Deus dentro deste drama de querer ser santo, mas ter a carnalidade sempre presente. Seu jovem corpo era atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as tentações diabólicas que eram vencidas através dos frequentes jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos.
Graças à sua continência, uma mulher que veio especialmente para tentá-lo se converteu à santidade. Aconteceu que Zoé, uma mulher muito rica, mas dada aos prazeres carnais e também às aventuras com um grupo de amigos, fez uma aposta de que levaria o santo para o pecado. Vestiu-se com vestes simples e pobres, pediu para que ele a abrigasse por um dia. Ele deixou que ela entrasse, acomodou-a e foi para os aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de louvor ao Senhor, antes de se recolher para dormir.
Mesmo assim, Zoé não desistiu. Eles dormiram em lugares distantes, mas ela, depois, vestiu-se com uma roupa sedutora e foi ser instrumento de sedução para Martiniano. Conta-nos a história que ele caiu na tentação.
Os santos não foram homens e mulheres de aço, pelo contrário, ao tomar consciência daquele pecado, ele se prostrou, arrependeu-se, penitenciou-se, mergulhou o seu coração e a sua natureza na misericórdia de Deus. Claro que o Senhor o perdoou. Só há um pecado que Deus não perdoa: aquele do qual não somos capazes de nos arrepender.
São Martiniano arrependeu-se e retomou o seu propósito. Certa vez ele pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Ele foi um instrumento de evangelização para aquela mulher que, de tal forma, também acolheu a graça do arrependimento, entrou para a vida religiosa e consagrou-se, fazendo parte do mosteiro das religiosas de Santa Paula em Belém, e ali se santificou, sendo hoje conhecida por Santa Zoé. Lá, Zoé viveu durante 12 anos até seu falecimento, esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o último dia de sua vida, Zoé não bebia vinho e se alimentava de pão e água, dormindo no chão.
Por sua vez, Martiniano, mudou-se dali para uma ilha e não tinha sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual confeccionava cestos. Porém, certa vez, naquelas águas que rodeavam a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e uma jovem passageira chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele consentiu que ela ficasse, mas para não sentir a tentação novamente abandonou o lugar a nado, apesar de o continente ficar muito distante. A tradição diz que ele não nadou, mas que Deus mandou dois delfins para apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e salvo. Santa Fotinia ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento.
São Martiniano alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante dois meses até chegar a Atenas, onde faleceu em paz. O fato é que, depois do novo perigo que sua carne enfrentou na ilha, Martiniano tomou uma decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade alheia e morreu em Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara, recebeu os sacramentos e partiu para a Casa do Pai serenamente e na santa paz.
Santo não é aquele que “nunca pecou”. A oração, a vigilância e o mergulho da própria miséria na Misericórdia Divina é o que nos santifica.

São Martiniano, rogai por nós!






Segundo texto biográfico

Origens

Martiniano nasceu em Cesareia, na Palestina, no século IV. Sabe-se que desde criança ele quis dedicar sua vida ao serviço de Deus. Por isso, ainda criança, procurava a oração e o conhecimento da vida cristã. Aos dezoito anos, convicto de sua vocação para a vida religiosa, abraçou o celibato, a pobreza e a obediência ingressando numa comunidade de monges eremitas que ficava perto de Cesareia. Cada um vivia numa pequena casa muito simples e se reuniam em alguns momentos para rezar. Ali ele viveu por sete anos.

Fama de santidade


O monge Martiniano passou a ser procurado por pessoas que precisavam de conselho e orientação espiritual. Por isso, logo sua fama de sabedoria e santidade se espalhou através daqueles que recebiam seus conselhos e orientações. Muitos testemunhavam, inclusive, a cura de doenças e a libertação dos demônios através da oração de São Martiniano. Assim, sua fama se espalhou por toda a região.

Armadilha

A fama de santidade do monge Martiniano atraiu uma bela jovem cortesã chamada Zoé. Tratava-se de uma mulher muito rica, bonita e cheia de costumes libertinos. A jovem Zoé apostou com seus amigos e amigas que conseguiria fazer o casto Martiniano se perder. Para isso, deixou suas roupas luxuosas e vestiu-se como uma mendiga. Depois, foi à procura de Martiniano e pediu-lhe abrigo. O santo, agindo com caridade, abrigou-a na cela onde ficava e foi para o fundo da casa. Lá, fez suas orações, cantou salmos de louvor e se recolheu para dormir.

O amor de Deus vence a tentação


A jovem Zoé não desistiu da ideia de seduzir Martiniano. Assim, quando o santo adentrou à casa, encontrou-a trajando uma veste toda sensual. Então, ela tentou seduzi-lo através de sua beleza e de argumentos cheios de doçura e encantamento. O monge, porém, percebeu que, por dentro daquele corpo bonito havia uma mulher triste, que sofria por não se sentir verdadeiramente amada e por não ter um sentido de vida. Ele, então, refletiu esta verdade a ela como se fosse um espelho de sua alma. Depois, falou a ela sobre o profundo e insondável amor de Deus, que nos ama por que Ele é amor e não porque mereçamos este amor. Sentindo o toque da graça e percebendo-se amada pelo Pai, Zoé acabou se convertendo. A partir de então, ela ingressou no convento de Santa Paula, na cidade de Belém. Lá, ela viveu o resto de sua vida, santificando-se na vida religiosa.

Martiniano paga o preço


Martiniano, por sua vez, tinha se sentido tentado ao lidar com Zoé. Por isso, decidiu mudar-se para uma ilha. Seu desejo era ficar livre de influências exteriores que pudessem vir a tentá-lo novamente. Porém, aconteceu que, nas águas que circundavam aquela ilha um navio naufragou. Por isso, uma jovem chamada Fotinia, que conseguiu se salvar, chegou à ilha agarrada aos restos do navio, encontrou a casa de São Martiniano e lhe pediu abrigo. Por caridade, ela a abrigou. Porém, para não voltar a sentir a sentir a tentação, decidiu abandonar a ilha nadando, apesar de estar a uma boa distância do continente. A tradição diz que Deus enviou dois golfinhos que o ajudaram na travessia, fazendo-o chegar em terra firme são e salvo.


Andarilho


Depois deste fato, São Martiniano optou por uma decisão radical. Abriu mão do direito de ter um endereço fixo para nunca mais ter que dar abrigo a alguém. Ele quis evitar a todo custo que voltasse a ser tentado pelo pecado. Por isso, passou a ser um andarilho e a viver da caridade dos outros. Assim viveu o resto de seus dias. São Martiniano faleceu na cidade de Atenas, no ano 400. Ele pressentiu sua morte. Por isso, parou sua caminhada numa igreja da capital grega. Ali, um padre percebeu que ele estava falecendo e ministrou-lhe os sacramentos. E São Martiniano partiu para o céu na serenidade e na paz.

Oração a São Martiniano

Ó Deus, que destes a São Martiniano a graça de ser fiel à vocação para a qual o chamastes, dando a ele forças para vencer todas as tentações que pudessem desviá-lo do caminho, dai também a nós, por sua intercessão, a graça da fidelidade à nossa vocação e a coerência de vida, por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Martiniano, rogai por nós.”



Fontes:








Imagens do Google.


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

SÃO ROMANO, O MELODISTA, PADRE DA IGREJA, Padroeiro dos Cantores da Igreja



Hinos de São Romano Melodista em Ecclesia






Os primeiros contatos dos monges orientais com o mundo latino foram propiciados pelos frequentes exílios de santo Atanásio. Foi no século IV que se desenvolveu a vida monacal no Ocidente. O primeiro mosteiro surgiu na França em 371 por obra de São Martinho de Tours. Depois disso, houve florescimento de mosteiros, entre os quais em Ainay, perto de Lyon, onde encontramos o monge Romano.
Nascido no ano 390, Romano se tornou um dos primeiros monges franceses. Romano achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
A eles se juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome. Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e severas regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a pessoalmente na vida espiritual.
Consta nos registros da Igreja que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra, ele e um discípulo que o acompanhava, que também foi canonizado, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na manhã seguinte, os dois estavam curados.
A tradição, que a Igreja mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão. Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 463.
O culto de São Romano propagou-se velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa. As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e continuam a ocorrer, segundo os fiéis que mantêm sua devoção ainda muito viva, nos nossos dias.




São Romano, o autor de grandes poesias


Durante suas peregrinações e em seus momentos de retiro, Romano criava cânticos e poemas religiosos com sabedoria e júbilo, que ficaram como legado entregues ao povo Cristão, na forma de hinos litúrgicos.
Sua intenção era tornar a pregação e os cânticos compreensíveis por todos, principalmente os leigos, por isso, usava a linguagem menos formal do canto grego. Seu talento musical foi atribuído aos desejos da Virgem Maria, de quem era devoto.
Romano, o homem que via ternura em tudo, passou a ser muito venerado. Logo após sua morte, seus feitos para com as pessoas, bem como, suas curas foram admiradas e faziam que mais pessoas pedissem que São Romano, intercedesse por elas.
Seu talento musical é o maior legado entregue a Igreja e por isso, São Romano é considerado o padrinho dos cantores da Igreja, motivo ainda maior para que muitas homenagens sejam feitas a São Romano, no dia 28 de Fevereiro.

Fonte: www.franciscanos.org.br/?p=30759





Bento XVI apresenta Romano, o Meloda



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de maio de 2008
Audiência Geral

Queridos irmãos e irmãs:
Na catequese sobre os Padres da Igreja, gostaria de falar hoje de uma figura pouco conhecida: Romano o Meloda (ou Romano o Melodioso), nascido ao redor do ano 490 em Emesa (hoje Homs), na Síria. Teólogo, poeta e compositor, pertence ao grupo de teólogos que transformou a teologia em poesia. Pensemos em seu compatriota, Santo Éfrem da Síria, que viveu 200 anos antes dele. E pensemos também em teólogos do Ocidente, como Santo Ambrósio, cujos hinos ainda hoje formam parte de nossa liturgia e seguem tocando o coração; ou em um teólogo, um pensador de grande vigor, como São Tomás, que nos deixou os hinos da festa de Corpus Christi; pensemos em São João da Cruz e em tantos outros. A fé é amor e por isso cria poesia e cria música. A fé é alegria e por isso cria beleza.
Romano o Meloda é um destes, poeta e teólogo compositor. Aprendeu as bases da cultura grega e síria em sua cidade natal, transferiu-se a Berito (Beirute), aperfeiçoando a instrução clássica e os conhecimentos retóricos. Ordenado diácono permanente (em torno do ano 515), foi pregador nessa cidade durante três anos. Depois transferiu-se a Constantinopla, até o final do reino de Anastácio I (ao redor de 518, e ali se estabeleceu no mosteiro na igreja de Theotókos, Mãe de Deus.
Ali teve lugar um episódio chave em sua vida: o sinaxário bizantino nos informa sobre a aparição em sonhos da Mãe de Deus e sobre o dom do carisma poético. Maria, de fato, pediu-lhe uma folha enrolada. Ao despertar, na manhã seguinte, era a festa de Natal. Romano pôs-se a declamar desde o ambão: «Hoje, a Virgem dá à luz o Transcendente» (Hino sobre o Natal, I Proemio). Deste modo, converteu-se em pregador-cantor até sua morte (ao redor do ano 555).
Romano passou à história como um dos autores mais representativos de hinos litúrgicos. A homilia era então, para os fiéis, praticamente a única oportunidade de ensino catequético. Romano se apresenta como um testemunho eminente do sentimento religioso de sua época, assim como de um método vivo e original de catequese. Através de suas composições, podemos dar-nos conta da criatividade desta forma de catequese, da criatividade do pensamento teológico, da estética e da hinografia sagrada daquela época.
O lugar em que Romano pregava era um santuário nos arredores de Constantinopla: subia no ambão, colocado no centro da igreja, e se dirigia à comunidade, recorrendo a uma representação muito elaborada: utilizava representações nas paredes ou ícones sobre o ambão e se servia também do diálogo. Pronunciava homilias métricas cantadas, chamadas Kontákia. O termo kontákion, «pequena vara», parece fazer referência ao pequeno bastão em torno do qual se envolvia o rolo de um manuscrito litúrgico ou de outro tipo. Os Kontákia que se conservaram sob o nome de Romano são 89, mas a tradição lhe atribui mil.
Em Romano, cada kontákion compõe-se de estrofes, em sua maioria de 18 a 24, com o mesmo número de sílabas, estruturada segundo o modelo da primeira estrofe (irmo); os acentos rítmicos dos versos de todas as estrofes se modelam segundo os do irmo. Cada estrofe conclui com um estribilho (efimnio), em geral idêntico, para criar a unidade poética. Ademais, as iniciais de cada estrofe indicam o nome do autor (acróstico), precedido frequentemente do adjetivo «humilde». Uma oração que faz referência aos atos celebrados ou evocados conclui o hino. Ao terminar a leitura bíblica, Romano cantava o Proemio, em geral em forma de oração ou súplica. Anunciava assim o tema da homilia e explicava o estribilho que se repetia em coro ao final de cada estrofe, declamada por ele com uma modulação de voz elevada.
Um exemplo significativo é o kontakion com motivo da Sexta-Feira da Paixão: é um diálogo entre Maria e o Filho, que tem lugar no caminho da Cruz. Maria diz: «Aonde vai, filho?» «Por que percorre tão rapidamente o caminho de sua vida? / Nunca teria pensado, filho meu, que o veria neste estado, / nem poderia imaginar nunca que chegaria a este ponto a fúria dos ímpios / avançando contra toda justiça». Jesus responde: «Por que chora, mãe minha?» […] Eu não deveria ir? Não deveria morrer? Como poderia salvar Adão?».O filho de Maria consola a mãe, mas o recorda de seu papel na história da salvação: «Aquieta, portanto, mãe, aquieta sua dor: / não é próprio de ti gemer, pois foi chamada “cheia de graça”» (Maria aos pés da cruz, 1-2; 4-5). O hino sobre o sacrifício de Abraão diz: «Quando sara escutar, Senhor meu, todas as suas palavras, / ao conhecer sua vontade, me dirá: / Se quem nos deu volta a nos tomar, por que nos deu? / […] Tu, ancião, deixa o meu filho, / e quando queira quem te chamou, terá de me dizer» (O sacrifício de Abraão, 7).
Romano não usa o grego bizantino solene da corte, mas um grego simples, próximo da linguagem do povo. Gostaria de citar um exemplo da maneira viva e muito pessoal com que falava do Senhor Jesus: o chama «fonte que não queima e luz contra as trevas», e diz: «Eu desejo tê-lo em minhas mãos como uma lâmpada; / de fato, Tu que é a luz inapagável» (A Apresentação ou Festa do encontro, 8). A força de convicção de suas pregações se fundava na grande coerência entre suas palavras e sua vida. Em uma oração, diz: «Aclara minha língua, Salvador meu, abre minha boca / e depois de tê-la preenchido, penetra meu coração para que meu atuar / seja coerente com minhas palavras» (Missão dos Apóstolos, 2).
Examinemos agora alguns de seus temas principais. Um tema fundamental de sua pregação é a unidade da ação de Deus na história, a unidade entre criação e história da salvação, unidade entre Antigo e Novo Testamento. Outro tema importante é a pneumatologia, quer dizer, a doutrina sobre o Espírito Santo. Na festa de Pentecostes sublinha a continuidade que se dá entre Cristo, ascendendo ao céu, e os apóstolos, quer dizer, a Igreja, e exalta sua ação missionária no mundo: «[…] com virtude divina conquistaram todos os homens; / tomaram a cruz de Cristo como uma pluma, / utilizaram palavras como redes e com elas pescaram pelo mundo, / tiveram o Verbo como forte atrativo, / para eles serviu de isca / a carne do Soberano do universo» (Pentecostes 2; 18).
Outro tema central é, claro está, a cristologia. Não se mete no problema dos conceitos difíceis da teologia, sumamente discutidos naquele tempo, e que também laceraram a unidade não só entre os teólogos, mas inclusive entre os cristãos na Igreja. Prega uma cristologia simples, mas fundamental, a cristologia dos grandes Concílios. Mas sobretudo se aproxima da piedade popular, de fato, os conceitos dos Concílios surgiram da piedade popular e do conhecimento do coração cristão, e desde modo Romano sublinha que Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus, e ao ser verdadeiro Homem-Deus, é uma só pessoa, a síntese entre criação e Criador: em suas palavras humanas escutamos a voz do próprio Verbo de Deus. «Era homem – diz – Cristo, mas também era Deus, / agora, não estava dividido em dois: é Um, filho de um Pai que é um só» (A Paixão, 19). Pelo que se refere à mariologia, em ação de graças à Virgem pelo dom do carisma poético, Romano a recorda ao final de quase todos os hinos e lhe dedica suas kontákia mais belas: Natividade, Anunciação, Maternidade divina, Nova Eva.
Por último, os ensinamentos morais estão relacionados com o juízo final (As dez virgens [II]). Nos leva até esse momento da verdade de nossa vida, o comparecimento diante do Juízo justo, e por isso exorta à conversão na penitência e no jejum. O cristão deve praticar a caridade, a esmola. Acentua o primado da caridade em dois hinos, as Bodas de Cana e As dez virgens: «[…] Dez virgens possuíam a virtude da virgindade intacta, / mas para cinco delas o duro exercício não deu fruto. / As outras brilharam para as lâmpadas do amor pela humanidade, / por isso as convidou ao esposo» (As dez virgens, 1).
Humanidade palpitante, ardor de fé, profunda humildade resumem os cantos de Romano o Meloda. Este grande poeta e compositor nos recorda todo o tesouro da cultura cristã, nascida da fé, nascida do coração que se encontrou com Cristo, com o Filho de Deus. Deste contato do coração com a Verdade, que é Amor, nasce a cultura, toda a cultura cristã. E se a fé segue viva, esta herança cultural tampouco morre, mas que segue estando viva e presente. Os ícones seguem falando hoje ao coração dos crentes, não são coisas do passado. As catedrais não são monumentos medievais, mas casas de vida, onde nos sentimos «em casa»: onde encontramos Deus e nos encontramos uns com os outros. Tampouco a grande música – o gregoriano, ou Bach ou Mozart – é algo do passado, mas vive na vitalidade da liturgia e de nossa fé.
Se a fé está viva, a cultura cristã não fica em algo «passado», mas segue viva e presente. E a fé está viva, também hoje podemos responder ao imperativo que sempre se repete nos Salmos: «Cantai ao Senhor um cântico novo».
Criatividade, inovação, cântico novo, cultura nova e presença de toda herança cultural na vitalidade da fé não se excluem, mas que são uma só realidade: são presença da beleza de Deus e da alegria de ser filhos seus.
[Ao final da audiência, o Papa saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
A minha saudação amiga para todos vós, peregrinos de língua portuguesa, com menção especial para os grupos paroquiais de Guifões, em Portugal, e do Senhor Bom Jesus em Limeira, no Brasil: sede bem-vindos! Esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vida: fora d’Ele, não há vida, nem esperança de a ter. Com Cristo, sucesso eterno à vida que Deus vos confiou. Para cada um de vós e família, a minha Bênção!

Fonte: https://pt.zenit.org/articles/bento-xvi-apresenta-romano-o-meloda/




São Romano, o Melodista (c. 560), compositor de hinos

Romano, o Melodista, nascido por volta de 490 d.C. em Emesa, Homs, na Síria, e faleceu em 556 em Constantinopla. Foi um teólogo, poeta e compositor e «pertence à grande plêiade de teólogos que transformaram a teologia em poesia», nas palavras de Bento XVI.

«Os pecados, os seus muitos pecados são perdoados»
Hino 21

Quando viu as palavras de Cristo a espalhar-se por toda a parte como aromas, a pecadora começou a detestar o fedor que saía dos seus próprios actos: «Não fiz caso da misericórdia que Cristo tem para comigo, procurando-me quando por minha culpa me perco. Porque é a mim que Ele procura em todo o lado; é por mim que janta em casa do fariseu, Ele que dá alimento ao mundo inteiro. Faz da mesa um altar de sacrifício onde Se oferece, perdoando as dívidas aos devedores, para que estes se aproximem com confiança dizendo: ‘Senhor, salva-me do abismo das minhas más obras.’».
Ali acorreu avidamente e, desprezando as migalhas, agarrou no pão; mais faminta do que a Cananeia (Mc 7,24 ss), saciou a sua alma vazia, com igual fé. Não foi o grito de apelo a chamá-Lo o que a remiu, mas o silêncio, pois disse num soluço: «Senhor, livra-me do abismo das minhas más obras».
Correu até casa do fariseu, precipitando-se na penitência. «Vamos, alma minha, disse, chegou o momento que tanto pedias! Aquele que purifica está aqui, porquê ficares no abismo das tuas más obras? Vou ao Seu encontro, pois foi por mim que Ele veio. Deixo os amigos do passado, porque a Este que hoje aqui está, apaixonadamente O desejo; e como Ele me ama, dou-Lhe o perfume e as lágrimas que trago… O desejo pelo Desejado transfigura-me e eu amo Aquele que me ama da maneira que Ele quer ser amado. Arrependo-me e a Seus pés me rojo, é o que Ele espera; procuro o silêncio e o retiro, é o que Lhe agrada. Rompo com o passado; renuncio ao abismo das minhas más obras.

Maria Madalena, enviada para anunciar a ressurreição
Aquele que perscruta no mais íntimo dos corações (Sl 7,10) sabendo que Maria lhe reconhecerá a voz, chamava a sua ovelha pelo nome, como fazem os pastores (Jo 10,4), dizendo : «Maria !» Ela logo responde : «Sim, é o meu pastor quem me chama, Ele vem à minha procura e quer contar comigo, acrescentando-me às suas noventa e nove ovelhas (Lc 15,4). Vejo atrás d’Ele legiões de santos, exércitos de justos […]. Sei bem quem Ele é, Este que me chama ; tinha-o dito, é o meu Senhor, é Aquele que oferece a ressurreição aos pecadores.
Levada pelo fervor do amor, a jovem mulher quis deter Aquele que completou toda a criação […]. Mas o Criador […] ergueu-a até ao mundo divino, dizendo: «Não me detenhas ; Pensas que sou um simples mortal ? Eu sou Deus, não me detenhas […] Ergue os olhos ao céu e olha o mundo celeste; é aí que Me deves procurar. Porque eu subo para o meu Pai, que não abandonei. Estive sempre com Ele desde o início dos tempos, partilho o seu trono, recebo as mesmas honras, Eu, que ofereço aos pecadores a ressurreição.
Que de ora em diante a tua língua proclame estas coisas e as explique aos filhos do Reino que esperam que Eu desperte; Eu sou Aquele que vive. Vai depressa, Maria, reúne os meus discípulos. Serás uma trombeta de som poderoso; toca um canto de paz aos ouvidos temerosos dos meus amigos escondidos, desperta-os a todos desse seu sono, para que venham ao meu encontro. Diz-lhes: ‘O Esposo acordou, saiu do seu túmulo. Apóstolos, deixai essa tristeza mortal, porque Ele ergueu-Se, Aquele que oferece aos pecadores a ressurreição’» […]
Maria exclama: «E de repente o meu luto fez-se júbilo, em tudo vi alegria. Não hesito em dizê-lo: recebi glória igual à de Moisés (Ex 33, 18s). Vi, ouvi, vi, não no monte mas no sepulcro, velado não pela nuvem, mas por um corpo, o Senhor dos seres incorpóreos e das nuvens, seu Senhor de ontem, de agora e de todo sempre. Ele disse-me: ‘Maria, apressa-te! Como pomba queem seu bico leva um raminho de oliveira, vai anunciar a boa nova aos descendentes de Noé (Gn 8,11). Diz-lhes que a morte foi aniquilada e que ressuscitou Aquele que aos pecadores oferece a ressurreição’».

«Os Ninivitas converteram-se em resposta à pregação de Jonas; ora aqui está quem é maior que Jonas»
Hino 51
Abre, Senhor, abre-me a porta da tua misericórdia antes da minha hora de partir (Mt 25,11). Porque eu tenho de partir, de ir até Ti e de me justificar de tudo o que eu digo em palavras, do que faço em ações e dos pensamentos que guardo no meu coração. «Mesmo o rumor das murmurações não escapará ao teu ouvido» (Sb 1,10). David diz-Te no seu salmo: «Os teus olhos viram-me em embrião, no teu livro está tudo escrito« (Sl 138, 13.16). Ao leres nele as marcas das minhas más acções, grava-as na tua cruz, pois é nela que eu me glorifico (Ga 6,14), gritando-Te: «Abre-nos a porta» […]
O espírito endureceu-se-nos a tal ponto que, quando ouvimos falar das calamidades que aconteceram a alguém, em nada nos corrigimos (Lc 13, 1s). «Não há quem seja sensato, quem procure a Deus; estamos extraviados, estamos pervertidos» (Sl 13,2-3). Os Ninivitas, naquele tempo, arrependeram-se a um único apelo do profeta. Mas, nós, não compreendemos apelo nem ameaça. Com suas lágrimas, Ezequias pôs em fuga os Assírios suscitando contra eles a justiça do alto (2 Rs 19). Ora eis que os Assírios […] nos puseram cativos, e não choramos nem gritamos: «Abre-nos a porta».
Divino Senhor, de todos juiz, não esperes que mudemos de atitude; tu não precisas das nossas boas ações, pois cada um de nós se dedica a más ações pelo pensamento e pela vontade. Porque é assim, Salvador, governa os nossos dias segundo a tua vontade, sem esperares a nossa conversão, pois talvez ela não se dê. E, ainda que ela venha a acontecer, será por pouco tempo, não persistirá até ao fim. Como a semente que cai entre as pedras, como a erva nos telhados, ela secará sem chegar a crescer (Mc 4,5; Sl 128,6). Estende pois a tua misericórdia sobre nós e todos os que pedem: «Abre-nos a porta».

«Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor!»
Hino 32 | (Lc 19,38)

Sentado no teu trono no céu, aqui em baixo no burrinho, Cristo que és Deus, tu acolhias o louvor dos anjos e o hino das crianças que te cantavam: “Bendito sejas tu, que vens chamar Adão”…
Eis o nosso rei, doce e pacífico, montado num jumentinho, que vem cheio de pressa para sofrer a sua Paixão e para retirar os pecados. O Verbo, montado num animal, quer salvar todos os seres dotados de razão. E podíamos contemplar sobre o dorso de um burrico aquele que conduz os Querubins e que no passado retirou Elias sobre um carro de fogo, aquele que “sendo rico, se fez pobre” voluntariamente (2Co 8,9), aquele que escolhendo a fraqueza dá a força a todos que lhe gritam: “Bendito sejas tu, que vens chamar Adão”…
Tu manifestas a tua força escolhendo a indigência… As vestes dos discípulos eram a marca da indigência, mas proporcional ao teu poder era o hino das crianças e a afluência da multidão que gritava: “Hossana – quer dizer: Salva pois – tu que estás no mais alto dos céus. Salva, Altíssimo, os humildes. Tem piedade de nós, por atenção às nossas palmas, os ramos que se agitam moverão o teu coração, ó tu que vens chamar Adão”…
Ó criatura da minha mão, respondeu o Criador…, vim eu próprio. Não é a Lei que te salvará, pois ela não te criou, nem os profetas, que eram criaturas como tu. Só eu posso libertar-te da tua dívida. Eu fui vendido por ti, e eu liberto-te; fui crucificado por causa de ti, e tu escapas à morte. Eu morro, e ensino-te a gritar: “Bendito sejas tu, que vens chamar Adão”.
Amei assim tanto os anjos? Não, és tu, o miserável, que me és querido. Escondi a minha glória e eu, o Rico, fiz-me pobre deliberadamente, porque te amo muito. Por ti, sofri a fome, a sede, a fadiga. Percorri montanhas, ravinas e vales à tua procura, ovelha perdida; tomei a reputação de cordeiro para te trazer de volta, atraído pela minha voz de pastor, e quero dar a minha vida por ti, para te arrancar da garra do lobo. Suporto tudo para que tu grites: “Bendito sejas tu, que vens chamar Adão”.

«Se ao menos tocar nas Suas vestes, ficarei curada»
Hino 23, sobre a hemorroíssa

Tal como a hemorroíssa, também eu me prostro diante de Ti, Senhor, para que me livres do sofrimento e me concedas o perdão dos meus pecados, a fim de que eu clame a Ti, de coração compungido: “Salvador, salva-me!” […]
Ela aproximou-se de Ti às escondidas, Salvador, porque Te tomava por um simples homem, mas o facto de ter sido curada demonstrou-lhe que eras Deus e homem ao mesmo tempo. Em segredo, tocou na orla do Teu manto, com o temor na alma […], dizendo para consigo: - Como poderei deixar-me ver por Aquele que tudo observa, eu, que trago comigo a vergonha das minhas faltas? Se vir o fluxo de sangue, Aquele que é Todo-puro afastar-Se-á de mim que sou impura e, se Ele se afastar de mim apesar do meu grito – “Salvador, salva-me!” –, tal será mais terrível do que a minha chaga.
Ao ver-me, todos me empurram: “Onde vais? Tem consciência da tua vergonha, mulher, percebe quem és, e de quem pretendes aproximar-te! Tu, a impura, aproximares-te do Todo-puro! Vai purificar-te e, quando tiveres limpado a mancha que trazes contigo, poderás aproximar-te dele gritando: ‘Salvador, salva-me!’”
- Procurais causar-me maior dor que o próprio mal de que padeço? Bem sei que Ele é puro e é precisamente por isso que me dirijo a Ele, para ser libertada do opróbrio e da infâmia. Não me impeçais, pois […], de gritar: “Salvador, salva-me!”
A fonte derrama as suas vagas para todos: com que direito a cerrais? […] Sois testemunhas das curas que Ele praticou. […] Todos os dias nos encoraja dizendo: - Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos e aliviar-vos-ei (Mt 11, 28). Ele gosta de conceder o dom da saúde a todos. Por que me tratais com rudeza, impedindo-me de Lhe gritar: “Salvador, salva-me!”? […]
Aquele que conhece todas as coisas […] volta-se e pergunta aos seus discípulos: “Quem tocou nos meus vestidos?” (Mc 5, 30) […] Por que Me dizes, Pedro, que a multidão me empurra? Eles não tocam a Minha divindade, mas esta mulher, ao tocar a Minha veste invisível, tocou a Minha natureza divina e recuperou a saúde, gritando-Me: “Salvador, salva-me!”
Tem coragem, mulher. […] Desde agora, ficarás curada. […] Isto não é obra das Minhas mãos, mas da tua fé. Pois muitos tocaram a orla das Minhas vestes sem obter a força, porque não vinham com fé. Tu tocaste-Me cheia de fé e recuperaste a saúde. Foi por isso que te expus diante de todos, para que dissesses: ‘Salvador, salva-me!’”

«Uma espada trespassará a tua alma»

Hino 25, Maria na cruz

Ovelha contemplando o seu cordeiro levado ao matadouro (Is 53, 7), consumida de dor, Maria segue com as outras mulheres, chorando: “Para onde vais, meu filho? Por que percorres assim depressa o teu caminho? (Sl 18, 6) Há outra boda em Caná, e é para lá eu Te diriges tão depressa, para transformar a água em vinho? Posso acompanhar-te, meu Filho, ou será melhor esperar por Ti? Diz-me uma palavra que seja, Tu que és o Verbo, não passes diante de mim em silêncio […], Tu, que és o meu Filho e o meu Deus. […]
Encaminhas-Te para uma morte injusta e ninguém partilha o Teu sofrimento. Não Te acompanha Pedro, que dizia: ‘Mesmo que tenha de morrer contigo, não Te negarei’ (Mt 26, 35). Abandonou-Te Tomé, que exclamara: ‘Vamos nós também, para morrermos com Ele’ (Jo 11, 16). E os outros, os íntimos, aqueles que hão de julgar as doze tribos (Mt 19, 28), onde estão eles? Não está cá nenhum; mas Tu, sozinho, meu Filho, Tu morres por todos. É o salário que recebes por teres salvado todos os homens, por os teres servido, meu Filho e meu Deus.”
Voltando-Se para Maria, Aquele que saiu dela exclama: “Por que choras, Mãe? […] Eu, não sofrer, não morrer? Como salvaria Adão? Não habitar o túmulo? Como devolveria então à vida aqueles que moram na mansão dos mortos? Por que choras? Exclama antes: ‘Sofre voluntariamente, o meu Filho e meu Deus.’ Virgem prudente, não te tornes semelhante às insensatas (Mt 25, 1ss.): tu estás no banquete de núpcias, não ajas como se tivesses ficado de fora. […] Não chores, pois, diz antes: ‘Tem piedade de Adão, sê misericordioso com Eva, meu Filho e meu Deus.’
Descansa, Mãe, serás tu a primeira a ver-me sair do túmulo. Virei mostrar-te de que males resgatei Adão, que suores derramei por ele. Revelarei aos Meus amigos as marcas que trarei nas mãos. Então, verás Eva viva como foi outrora, e exclamarás cheia de alegria: ‘Ele salvou os meus pais, o meu Filho e meu Deus!’”


Mais Hinos de São Romano Melodista em:




Frases de São Romano, o Melodista, 

1- “O desejo pelo Desejado transfigura-me e eu amo Aquele que me ama da maneira que Ele (Deus) quer ser amado”.
2- “Com a cruz na mão, ergo-me, louvando a Ressurreição. Glória a Ti, glória a Ti, porque tal foi do Teu agrado”.
3-“Aquele a Quem temias quando foste enganado pelo demônio fez-Se semelhante a ti, por ti. Desceu à terra para te levar aos céus; tornou-Se mortal para que tu te tornasses Deus e recuperasses a tua beleza inicial”.
4-“Arrependo-me e a seus pés me jogo, como Ele (Jesus) espera; procuro o silêncio e o retiro, como Lhe agrada. Rompo com o passado, renunciando ao abismo das minhas más obras”.
5- “Nós, os novos batizados, os filhos do batistério que acabamos de receber a luz, damos-Te graças, Cristo Deus. Tu iluminaste-nos com a luz do Teu rosto, Tu revestiste-nos com a veste que convém às Tuas núpcias”.
6- “Vamos, alma minha, chegou o momento que tanto pedias! Aquele que purifica está aqui, porque permaneces no abismo das tuas más obras? Vou ao seu encontro, pois foi por mim que Ele (Jesus) veio”.
7-“Canta, canta Adão: adora Aquele (Jesus) que a ti vem. Enquanto te afastavas Ele manifestava-Se-te para que O visses, O tocasses, O acolhesses. Aquele a Quem temias quando foste enganado pelo demônio fez-Se semelhante a ti, por ti”.
8-Cristão, “possuis a cruz como cajado, apoia-te nela. Leva-a à tua oração, leva-a para a mesa, leva-a para o leito, leva-a para todo o lado como título de glória”.
9-“Eis-te recriado, novo batizado, eis-te renovado; não curves as costas ao peso dos pecados”.
10-“Nós, os filhos de Adão que estamos nus, venhamos, revistamo-nos d’Ele para nos aquecermos. Pois foi para vestir os que estão nus, e iluminar os que estão nas trevas, que Tu Te manifestaste, ó luz inacessível”.
11-“O Senhor nascido de Maria, o Sol de justiça, faz irradiar os Seus raios para todo o universo (Ml 3,20)”.
12-“Querendo abrir-te as portas do Paraíso viveu em Nazaré. Por tudo isso canta, ó homem, canta e louva Aquele (Jesus) que Se manifestou e iluminou todo o universo”.
13- “Agora fui Eu (Jesus) que Me fiz carne porque quis. Apresenta-te pois, reconhece-Me e diz: Tu vieste, Tu manifestaste-Te, ó luz inacessível”.



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VENERÁVEL PE. RODOLFO KOMÓREK, Presbítero e Missionário Salesiano que viveu no Brasil



"Trabalhar para as almas é sofrer. Cristo sofreu por todos e todos possuem nos sofrimentos do Salvador, inesgotáveis riquezas. Ainda assim, é o sofrimento que dá acesso a tais tesouros. Sofrer pelas almas é pois aproximar-se por elas da Fonte da vida e afluir sobre elas as riquezas de Cristo.” (Pe. Rodolfo Komórek)




O povo dizia, vendo-o tão sacrificado e virtuoso: “Deviam ser assim todos os padres”.

Há registro de 12 mil graças atribuídas à intercessão de padre Rodolfo Komórek.

"O comunismo quer implantar a fome, a nudez, o desemprego, a greve e a miséria, pois sabe que o descontentamento é o pai das revoluções e a revolução a mãe do comunismo. A revolução universal não trará a ditadura do proletariado, mas sim em cada nação um Stalin, especialista na fabricação de cangalhas para o povo, eterna besta de carga." (Pe. Rodolfo Komórek)




De seu espírito de penitência fala ainda Mons. Ascânio Brandão, escritor de renome e conhecido em todo o Brasil Católico: “O seu espírito de penitência foi notável. Por mais que o procurasse ocultar, via-se logo a que austeridades se entregava continuamente. Dormia no chão duro. Tinha horror ao leito macio. Quando a obediência o obrigava a se acolher ao leito, sobre tábuas duras havia de repousar”.

Um dos principais testemunhos da qualidade do “servir” pode ser encontrado no elenco de santidade da Família Salesiana: o Venerável Pe. Rodolfo Komórek, polonês que viveu a maior parte de sua vida no Brasil. Foi em nosso país, especialmente na cidade de São José dos Campos, SP, que Pe. Rodolfo, o “Padre Santo”, como era conhecido, superou a fragilidade de sua própria saúde para confortar os doentes e os pobres.

Pe. Rodolfo Komórek seminarista


Missionário


Rodolfo Komórek nasceu na Silésia (hoje Polônia), em 11 de outubro de 1890. Em 2017, completaria, portanto, 127 anos. Tornou-se padre em junho de 1913. Pouco menos de um ano depois, foi nomeado capelão militar e foi nessa condição que viveu a Primeira Guerra Mundial, dispensando aos feridos e doentes o conforto espiritual. Ao sentir os horrores da guerra, padre Rodolfo amadureceu sua vocação religiosa. Isso mesmo: ele só se tornou salesiano aos 32 anos.
A entrada na Congregação Salesiana foi em 1922, ainda na Polônia. Em 27 de novembro de 1924, chegou ao Brasil, onde exerceu com plenitude sua missão. No país, ele trabalhou nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, RJ; nas comunidades polonesas de Dom Feliciano, RS, e Luís Alves, SC; no seminário de Lavrinhas, SP; e finalmente na residência salesiana de São José dos Campos, SP, onde se recolheu em 1941. Embora tenha deixado sua marca em todos os locais por onde passou, como pessoa profundamente dedicada a ajudar o próximo, foi em São José dos |Campos que essa característica tornou-se mais evidente.

Estender a mão


O grande amor do Pe. Rodolfo para com Deus não podia deixar de manifestar-se como um grande amor para com o próximo. Foi sempre heroicamente disponível. Não somente em momentos de fervor e consolação, mas nas horas difíceis da doença e das incompreensões”, afirmava o padre Fausto Santa Catarina, que conviveu com ele em São José dos Campos e foi seu biógrafo.
No início do século XX, quando ainda eram muito fortes todos os tipos de preconceitos – racial, social, de gênero, Pe. Rodolfo se fazia próximo e amigo de todos, independentemente de sua condição social ou hierárquica. Pe. Fausto oferece em seus livros muitos exemplos dessa solicitude: “Repetia uma velhinha do Asilo Sto. Antônio: ‘Sou negra, velha, cega. E ele me tratava como um pai. Era meu pai’ (...). A caridade do Pe. Rodolfo pareceu especializar-se no setor que mais falava ao coração de Cristo: os doentes, os pobres”.

Assistência aos doentes


Na época, São José dos Campos, por seu clima, concentrava muitas pessoas que iam se tratar de tuberculose. O próprio Pe. Rodolfo foi encaminhado à casa salesiana local por indicação médica: deveria ficar em repouso absoluto para tentar superar a doença. Entretanto, Pe. Rodolfo não mudou seu jeito de ser. Mesmo muito fragilizado pela tuberculose, encontrava forças para visitar todos os doentes que podia, levando a eles a Palavra de Deus, o auxílio material mais urgente ou a simples presença solidária.
Em um dos muitos testemunhos sobre ele, um médico de São José afirma: “A última vez que vi o Pe. Rodolfo foi algumas semanas antes de sua morte. Encontrei-o na rua. Seu estado de fraqueza era tal que parecia arrastar-se, ofegante, apoiado a uma bengala. E estava assistindo os doentes. Até o extremo das suas forças físicas”.
Pe. Rodolfo Komórek faleceu em 11 de dezembro de 1949. Foi sepultado no dia seguinte, e seus funerais paralisaram a cidade. “Caía uma chuva torrencial que depois se fez fina e persistente. Não obstante, verdadeira multidão participou do enterro. O comércio cerrou as portas. Os alto-falantes ampliavam pelas ruas a voz da rádio local, que transmitia palavras comovidas de adeus, repetindo: ‘Morreu o padre santo’... Uma apoteose totalmente espontânea”, relatou o Pe. Fausto Santa Catarina.
Até hoje, em São José dos Campos, Pe. Rodolfo Komórek é lembrado e celebrado todo dia 11, na Paróquia Sagrada Família, onde há um museu e relicário em sua homenagem, em que se conservam seus restos mortais. Muitos devotos vão ao local em busca de uma graça, especialmente a cura de doenças, e já há registro de 12 mil graças atribuídas à intercessão de padre Rodolfo Komórek.





Quem foi, afinal, o Venerável Padre Rodolfo Komórek, o “Padre Santo”?


Entrevista com o Dom Hilário Moser, SDB, vice-postulador da Causa de Beatificação

BRASÍLIA, quinta-feira, 11 de outubro de 2012 (ZENIT.org – Por Thácio Siqueira) – Hoje é o dia dedicado à oração e divulgação da Causa de Beatificação do Venerável Pe. Rodolfo Komorek, que nesse dia completaria 122 anos de vida.
Padre Rodolfo nasceu na Polônia e foi missionário no Brasil. Considerado venerável por João Paulo II no dia 6 de abril de 1995, agora só está esperando um milagre em vistas da sua Beatificação.
Publicamos a seguir uma entrevista concedida a ZENIT por Dom Hilário Moser, SDB, bispo emérito de Tubarão SC e vice-postulador da Causa de beatificação do Venerável sacerdote.
***
ZENIT: Quem foi o Padre Rodolfo Komorek?
Dom Hilário: O Venerável Padre Rodolfo Komorek, Salesiano de Dom Bosco, nasceu na Polônia em 11 de agosto de 1890. Com 19 anos entrou para o seminário, ordenou-se padre diocesano com 24 anos. Durante a primeira guerra mundial serviu como capelão militar no hospital e depois, a seu pedido, no front. Por três anos foi pároco em Frystak, onde deu testemunho de pobreza, oração e zelo apostólico. Com 32 anos entrou para a Congregação Salesiana.

ZENIT: E quando veio para o Brasil?
Dom Hilário: Desejando ser missionário, em outubro de 1924 veio para o Brasil. Foi destinado a Dom Feliciano, RS: ali, em pouco tempo, começou a ser chamado “o padre santo”. Passou por várias comunidades e paróquias salesianas, onde foi sempre exemplar na prática da pobreza, no espírito de oração e de união com Deus, no amor aos pobres e aos doentes; em particular, sempre disponível, atencioso com todos, descuidado de si e, inclusive, penitente.

ZENIT: Onde faleceu?
Dom Hilário: A última comunidade salesiana em que viveu foi na de São José dos Campos. Aqui, durante oito anos, consumou-se no serviço aos pobres, aos doentes e aos que buscavam o Sacramento da Reconciliação. Morreu com 59 anos, no dia 11 de dezembro de 1949. Seu túmulo esteve sempre coberto de flores; agora seus restos mortais repousam na capela anexa à paróquia da Sagrada Família em São José dos Campos, onde os romeiros continuam a visitá-lo e invocá-lo. Os relatos de graças e curas são sem número: numerosos e grossos volumes registram esses favores alcançados pela confiança no Padre Rodolfo e por sua intercessão, conforme acreditamos.

ZENIT: Como está o seu processo de beatificação?
Dom Hilário: O processo de Beatificação, iniciado em 31 de janeiro de 1964, encerrou-se em 6 de abril de 1995, quando João Paulo II declarou o Padre Rodolfo VENERÁVEL. Agora se espera algum milagre com vistas à Beatificação.

ZENIT: E como dar a conhecer a vida do Pe. Rodolfo?
Dom Hilário: A Comunidade Salesiana de São José dos Campos está tomando algumas iniciativas para tornar o Padre Rodolfo mais conhecido e relançar a confiança em sua intercessão. Algumas iniciativas são de ordem local, por conta da paróquia da Sagrada Família. Outras visam um público mais amplo, como breves biografias e outros escritos sobre o Padre Rodolfo, artigos, informes diversos, santinhos com a oração para pedir a glorificação do Padre Rodolfo e solicitar-lhe graças, etc.
Em particular, merece destaque o empenho de alguns leigos de São José dos Campos e cidades vizinhas que puseram no ar: o blog www.padrerodolfokomorek.blogspot.com, além de uma página no Facebook Venerável Rodolfo Komorek e também mensagens sobre o Padre Rodolfo pelo www.twitter.com/rodolfokomorek; têm inclusive o projeto de elaborar um DVD.

ZENIT: Por que tornar a sua vida conhecida?
Dom Hilário: É saudável conhecer o Padre Rodolfo e torná-lo conhecido, recomendar sua devoção ao povo, em particular aos doentes, aos pobres, aos que buscam a Confissão, pessoas às quais o Padre Rodolfo mais dedicou sua vida. Apesar do seu estilo próprio de vida um tanto severo, quem conheceu de perto o Padre Rodolfo sabe como ele era gentil, delicado, atencioso, serviçal, de modo especial com os pobres e os doentes, além de viver em constante união com Deus e contínua oração.






Breve Biografia

Padre Rodolfo Komórek nasceu no dia 11 de outubro de 1890, em Bielsko, na Polônia, e muito antes de se tornar padre já demonstrava sinais de santidade. Sua trajetória de vida está intimamente ligada a São José dos Campos, onde emprestou seu nome a um cemitério, rua e instituto de padres salesianos.
A infância foi marcada pela dedicação aos pais, à escola e à Igreja. Já no Seminário de Weidenau, uma pequena cidade da Polônia, era chamado de santo pelos colegas.
Conhecido por seu espírito penitente, logo que se ordenou sacerdote, em 1913, trabalhou como vigário cooperador em localidades próximas a sua terra natal.
Quando a Primeira Guerra Mundial estourou, em 1914, atuou como capelão militar em Cracóvia – chegou a ser condecorado pelo governo austríaco com a Cruz Espiritual de Mérito e foi homenageado pela Cruz Vermelha. Foi preso pelo exército italiano durante dois meses em Trento e, depois de libertado, voltou à Polônia, onde ingressou na Congregação dos Salesianos de Dom Bosco.
Em 1924, Padre Rodolfo chegou ao Brasil, enviado para dar atendimento espiritual aos colonos poloneses de Dom Feliciano (RS). Mais tarde, foi transferido para o Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora de Niterói (RJ) e desenvolveu atividades como vigário cooperador em Luiz Alves (SC).
No Vale do Paraíba, a primeira cidade onde chegou foi Lavrinhas, na época em que começou a sentir os primeiros sintomas de doença pulmonar. Veio morar em São José dos Campos no início da década de 1940.
Mesmo durante o tratamento contra a tuberculose, Padre Rodolfo dedicou-se a atender doentes em hospitais, asilos e pensões hospitalares da cidade, considerada então uma estância climática.
Sua morte, ocorrida no dia 11 dezembro de 1949, foi marcada pelas manifestações de carinho da população joseense. Foi enterrado no cemitério do centro de São José – que recebeu seu nome em 2003.
Entretanto, no local existe apenas uma referência , pois em 1996, Dom Nelson Westrupp, então bispo diocesano autorizou a exumação e transladação de seus restos mortais para a Casa de Relíquias, anexa à Paróquia Sagrada Família em São José dos Campos, e que recebe grande número de devotos.


ORAÇÃO PARA PEDIR A DEUS A GLORIFICAÇÃO DO VENERÁVEL PADRE RODOLFO KOMÓREK


Ó Jesus, no Venerável Padre Rodolfo nos destes um comovente exemplo de amor aos pobres e aos doentes, de paciente dedicação ao ministério das Confissões. Sua vida de caridade e penitência constitui um contínuo apelo ao seguimento do Evangelho. Concedei-nos, por sua intercessão, a graça que vos pedimos (pedir a graça desejada), e a sua glorificação entre os santos da vossa Igreja, que ele honrou com uma vida de grandes virtudes. Amém.

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória

Venerável Padre Rodolfo, rogai por nós.
(Com aprovação eclesiástica)

Fonte:
www.sagradafamiliaonline.org.br/familia-salesiana.php?cg...rodolfo-komorek





Restos Mortais: na chamada “Casa das relíquias”, junto a Paróquia Sagrada Família, em São José dos Campos (endereço abaixo).
Para visitação dos fiéis: ‘Casa das Relíquias’, no endereço abaixo.
Causa de canonização: sediada na Diocese de São José dos Campos, SP. Ator: Congregação Salesiana (Sociedade Salesiana de São João Bosco).
Processo informativo diocesano iniciado em 31/01/1964 e concluído em 1969; Decreto de validade em 20/abr/1990; Decreto sobre a Heroicidade das Virtudes em 6/abril/1995; processo informativo diocesano realizado em 2005 sobre um milagre está em julgamento de mérito. Postulador: Pe. Enrico Dal Covolo, sdb; vice-postulador: Pe. Reinaldo Barbosa de Oliveira.
Bibliografia sobre Pe. Rodolfo:
LIMA, Ébion de. Rodolfo Komorek, o Padre Santo. São paulo: 2ª ed., 1972, 129pp.
AZZI, Riolando. Uma presença entre os pobres – Pe. Rodolfo Komorek. São Paulo: Ed. Salesiana Dom Bosco, 1981, 304pp.




Para comunicar graças alcançadas pelo servo de Deus e maiores informações:

Casa Padre Rodolfo (relicário)
Rua Padre Rodolfo, 28 – Vila Ema
12243-080 – São José dos Campos - SP
Tel.: (12)3942-8048
Ou
Paróquia Sagrada Família (vizinha do relicário)
Tel.: (12) 3921-9460

Fontes: 
santosdobrasil.org.br/?system=news&eid=305
www.deuslovult.org/2012/11/01/veneravel-padre-rodolfo-komorek/
padrerodolfokomorek.blogspot.com/

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