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domingo, 7 de junho de 2015

Beata Ana de São Bartolomeu, Virgem Carmelita Descalça. Companheira inseparável e confidente de Santa Teresa de Jesus.


  

Nascida a 01 de Outubro de 1549, em Almendral, aldeia pertencente à diocese de Ávila, na Velha Castela, era filha de ricos lavradores, modelos de vida cristã, caridosos para com a pobreza e altamente piedosos.

Órfã aos dez anos, para ganhar a vida fez-se pastora, o que a impediu de estudar. Embora os irmãos se opusessem, Ana, aos 2 de Novembro de 1570, procurou o convento das carmelitas descalças, que Santa Teresa fundara em Ávila. Primeira postulante conversa, Ana foi humilde, profundamente humilde, obedientíssima e serviçal. E a afeição que se estabeleceu entre Ana de São Bartolomeu e Santa Teresa foi rápida e profunda, afeição que havia de durar até a morte, sem que jamais sofresse o mínimo declínio.

Ana principiou a profissão a 15 de Agosto de 1570. Pouco depois, teve uma visão, na qual Nosso Senhor lhe mostrou as devastações que o calvinismo fazia na França. Sequiosa de salvar almas, impressionada, entrou a praticar severas mortificações.

No Natal de 1577, Deus concedeu-lhe uma grande delicadeza: Santa Teresa quebrara o braço, e Ana, desolada por ver a Madre impossibilitada de responder a imensa correspondência, trabalho estafante que era, obteve, miraculosamente, a graça de saber escrever; desde aquela época, tronou-se secretária oficial da santa fundadora. E, de 1579 a 1582, ano em que Santa Teresa faleceu, foi companheira inseparável nas viagens que a venerável Santa teve que empreender, no curso dos trabalhos que exigia o estabelecimento da reforma do Carmelo.

"Às vezes – escreveu a Beata Ana de São Bartolomeu – ela viajava dias inteiros sob a chuva e a neve, não encontrando aldeia alguma por muitas e muitas léguas, não fazendo outra coisa senão tremer até os ossos. À noite, nas hospedarias, não havia fogo, nem meios de o entreter, nem coisa alguma para comer. Os alojamentos eram tais que, das camas, podia-se perceber o céu, e a chuva caía cômodo adentro, Muitas vezes, o hábito de nossa Santa Madre encontrava-se gelado" ...

Alquebrada pela idade (naquela época era raro uma mulher viver além dos 60 anos) pelos duros trabalhos e a oposição dos adversários, faleceu Santa Teresa no mosteiro de Alba de Tormes, a 15 de Outubro de 1582, nos braços da bem-amada filha Ana que jamais lhe negou amais terna afeição.

Considerada a herdeira espiritual da santa fundadora, Ana exerceu no Carmelo uma profunda influência. O Carmelo reformado, foi Ana enviada a Madri e, depois, à fundação de Ocaña, na região de Toledo.

Ali, Nosso Senhor revelou-lhe, pela primeira vez, o desejo de que fosse para a França, então assolada pelo protestantismo. Na França, quando se dirigiu às religiosas, falou-lhes na língua natal, porque só conhecia a língua materna, mas todas a entenderam perfeitamente, como se tivesse expressado no melhor francês: era o milagre do Pentecostes que se renovava. E Ana de São Bartolomeu exprimia-se tão apropriadamente que ninguém duvidava de que o Espírito Santo estivesse falando por sua boca.

Fundadora do mosteiro de Tours, depois de ter sido priora de Paris, sofreu toda sorte de opressão. Invencível, porém sempre confiando em Deus, continuou a combater para manter a reforma francesa no espírito de Santa Teresa.

Vencida – que a luta fora desigual –, tomou o caminho da Bélgica, refugiando-se no mosteiro de Mons. Escolhida, pouco mais tarde, para governar o mosteiro de Anvers, fundado pelo arquiduque Alberto e a arquiduquesa Isabel, ali encontrou verdadeiro paraíso na terra.

"Deus – escreveria depois – ali concedeu-me uma paz e uma consolação inefáveis. Minha oração era mais intensa e mais eficaz. Era mais ardorosa pelo ofício divino que na minha juventude".
Simples e humilde, no convento exercia os ofícios mais pequenos. E as mais altas personalidades do tempo, contritas, procuravam-na para aconselhar-se. Henrique IV venerava-a, e Maria de Médicis e a infanta Isabel amavam-na sobremodo.

Quando o arquiduque Carlos partiu para a expedição de Breda, foi vê-la, com a bem-aventurada palestrando durante muitas horas.


Suportando com imensa paciência as cruéis enfermidades todas que a acometeram no fim da vida, faleceu santamente no dia 07 de Junho de 1626, na festa da Santa Trindade, com setenta e seis anos, sendo enterrada no Carmelo de Anvers. Bento XV beatificou-a no dia 6 de Maio de 1917. (Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume X, p. 138 a 141).

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