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segunda-feira, 9 de março de 2015

Santa Maria Eugênia de Jesus, Virgem e Fundadora - 10 de março.




Ana Eugênia Milleret de Brou nasceu em Metz no dia 25 de agosto de 1817; sua infância transcorreu entre a casa natal dos Milleret de Brou e a vasta propriedade de Preisch, na fronteira entre Luxemburgo, Alemanha e França. De uma família incrédula cujo pai, voltairiano, era um alto funcionário e a mãe, uma excelente educadora que só praticava um formalismo religioso, Ana Eugênia teve um verdadeiro encontro místico com Jesus Cristo no dia de sua Primeira Comunhão, no Natal de 1829: “Nunca o esqueci”.
     Aos 13 anos uma grave doença obrigou Ana a interromper os estudos, que teve que prosseguir sozinha. As provas de Ana continuaram em 1830: durante a revolução contra o rei Carlos X, que deu o trono da França a Felipe de Orleans, o pai caiu na ruína e teve que vender o Castelo de Preisch, e mais tarde a casa de Metz. Seus pais se separaram; ela foi para Paris com a mãe, que uma epidemia de cólera – uma doença que açoitava com grande força Paris naquela época – colherá brutalmente em 1832. Uma rica família amiga de Châlons a acolheu.
     Aos 17 anos, conheceu a solidão em meio dos mundanismos que a rodeiam: "Vivi uns anos me perguntando sobre a base e o efeito das crenças que não havia compreendido... Minha ignorância sobre o ensino da Igreja era inconcebível e, contudo, havia recebido as instruções comuns do Catecismo". (Carta ao Pe. Lacordaire, 1841).
     Seu pai a fez voltar para Paris. Durante a Quaresma de 1836, ouviu o Pe. Lacordaire pregar na Catedral de Notre-Dame. "Vossa palavra despertava em mim uma fé que nada pode fazer vacilar". "Minha vocação começou em Notre-Dame", diria mais tarde.
     Na Quaresma de 1837, Ana Eugênia encontrou o Pe. Combalot, que pregava em São Sulpício, e que a orientou na fundação de uma nova Congregação. Ele sonhava fundar uma congregação dedicada a Nossa Senhora da Assunção para formar jovens dos meios dirigentes, a maioria irreligiosa; ela sonhava com a vocação religiosa.
     O Pe. Combalot enviou Ana Eugênia ao Convento da Visitação de La Côte-Saint-André (Isère), experiência que deixaria nela a marca do espírito e da espiritualidade de São Francisco de Sales. Já tinha as bases de sua pedagogia: rechaçava uma educação mundana em que a instrução cristã fosse pouca, queria um cristianismo autêntico e não um verniz superficial. Queria dar para as jovens uma educação à luz de Cristo.
      Em outubro de 1838, se encontrou com o Pe. d’Alzon. Esta grande amizade duraria 40 anos. Em 30 de abril 1839, com 22 anos, se unem a ela duas jovens para realizar o seu projeto em um apartamento pequeno da Rua Férou; em outubro já eram quatro em um andar da Rua de Vaugirard. Elas estudam teologia, a Sagrada Escritura e as ciências profanas. Kate O’Neill, uma irlandesa, se uniu a elas e tomou o nome de Teresa-Emanuel. De personalidade forte, ela acompanharia Ana Eugênia oferecendo-lhe sua amizade e sua ajuda durante toda sua vida.
     Em maio de 1841, as Irmãs se separaram definitivamente do Pe. Combalot. Mons. Affre lhes ofereceu o apoio de seu vigário geral, Mons. Gros.


     As Irmãs retomam os estudos e fazem sua primeira profissão religiosa em 14 de agosto de 1841. A pobreza em que viviam era grande e a comunidade não aumentava. Isto não impediu Madre Maria Eugênia de abrir o primeiro colégio na primavera de 1842, no Impasse des Vignes. Mais tarde se instalou em Chaillot, porque a comunidade crescia e se tornava cada vez mais internacional. Às vezes ela se queixava dos sacerdotes e dos leigos: "Seu coração não bate por nada que seja grande".
     No Natal de 1844, Madre Maria Eugênia fez sua Profissão perpétua, com um quarto voto: “Estender por toda minha vida o Reino de Jesus Cristo...”.
     Madre Maria Eugênia desejava para suas filhas “contemplativas da ação” a recitação do Ofício Divino como devoção principal por ser a oração oficial da Igreja, e o centro de sua espiritualidade devia ser Jesus Eucaristia. Roma reconheceu esta nova Congregação em 1867. As Constituições, ou a Regra da Congregação da Assunção, foram definitivamente aprovadas em 11 de abril de 1888.
     A morte do Pe. d’Alzon em 1880 pressagiava o despojamento que ela havia entrevisto como necessário em 1854: "Deus quer que tudo caia ao meu redor". Irmã Teresa-Emanuel faleceu em 03 de maio de 1888, e sua solidão se tornou mais profunda.
     Entre 1854 e 1895, nasceram novas comunidades na França, seguidas das fundações na Inglaterra, Espanha, Nova Caledônia, Itália, América Latina e Filipinas.
     As viagens, as construções, os estudos, as decisões se sucediam. Sua preocupação constante, porém será sempre sua intuição inicial, a que as Irmãs têm que ser fieis aos chamados do Senhor: "Na educação, uma filosofia, um caráter, uma paixão. Porém, que paixão dar? A da Fé, a do Amor, a da realização do Evangelho”. As religiosas devem ser professoras educadoras adaptando-se às necessidades que vão se apresentando, sem deixar de lado a observância monástica.
     Quando descobriu a debilidade da velhice, "um estado no qual só resta o amor", Madre Maria Eugênia foi se apagando pouco a pouco: "Só me resta ser boa". Vencida por uma paralisia em 1897, somente terá seu olhar para expressar essa bondade. Em 10 de março de 1898, entregou sua alma a Deus.

     Madre Maria Eugênia de Jesus foi beatificada em 09 de fevereiro de 1975 pelo Beato Paulo VI; e em 03 de junho de 2007 o papa Bento XVI canonizou-a em Roma, na Festa da Santíssima Trindade.

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