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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Santas Tarsila e Emiliana, Virgens e Irmãs (tias do Papa São Gregório Magno).





     Tarsila e Emiliana são virgens do século VI, tias de São Gregório Magno, Papa entre 590 a 604. Tarsila é mencionada no Martirológio Romano no dia 24 de dezembro e Emiliana em 5 de janeiro.
     São Gregório Magno relata em uma homilia que seu pai, o senador Jordão, tivera três irmãs que se consagraram a Deus e se dedicaram a uma vida de jejuns e orações em sua própria casa em Roma. (Hom. XXXVIII, 15, sobre o Evangelho de S. Mateus, Lib. Dial., IV, 16).
     A família romana Anícia teve a graça de dar à Igreja um dos grandes doutores da Igreja do Ocidente, o papa São Gregório Magno. Era um homem de estatura pequena e de saúde frágil, mas um gigante na administração e uma fortaleza espiritual. Entre seus antepassados paternos estão o imperador Olívio, o papa São Félix III e o senador Jordão, seu pai.
     Gregório perdeu o pai muito pequeno e sua mãe, Santa Sílvia, bem como suas tias, Tarsila, Emiliana e Jordana, irmãs de seu pai, cuidaram de sua formação intelectual, religiosa e moral. Gregório, ainda jovem, se tornou chefe da administração civil de Roma. Mais tarde, se tornou embaixador do Papa Pelágio II e ao mesmo tempo monge, guia de uma pequena comunidade religiosa, recolhida em sua residência. Dali ele saiu para se tornar papa.
     Tarsila, Emiliana e Jordana eram muito unidas pelo fervor na fé em Cristo e pela caridade. As três viviam juntas na casa herdada do pai, no monte Célio, como se estivessem num mosteiro. Tarsila orientava o pequeno grupo inspirada no Evangelho e dava exemplo na caridade e na castidade. As irmãs progrediram incessantemente na vida espiritual.
     Jordana decidiu seguir a vida matrimonial casando-se com um bom cristão, o administrador dos bens da sua família.
     Emiliana seguia a linha das religiosas ocidentais, ou seja, não isolada na reclusão, mas dedicada à vida comunitária de ajuda aos doentes e necessitados, voltada para a castidade e as orações contínuas.
     No terrível século VI, cheio de sobressaltos como terremotos, pestes, guerras, invasões e um contínuo afluir de miseráveis a Roma, a caridade se tornava tarefa habitual também para as irmãs. Elas trabalhavam em dupla: Tarsila reclusa guiando e comandando, enquanto Emiliana atuava junto à população pobre e aos doentes.
     Emiliana, segundo registrou São Gregório Magno, foi uma das mais atuantes religiosas e seus exemplos de dedicação a Nosso Senhor Jesus Cristo deviam servir de inspiração, pois ela amava o próximo verdadeiramente e tinha Jesus como seu eterno esposo.
     Tarsila permaneceu na vida religiosa que havia escolhido, entregue ao seu amor a Deus, até que foi ao seu encontro na glória de Cristo. São Gregório relatou que Tarsila tivera uma visão de seu bisavô, o papa São Félix III, que lhe teria mostrado o lugar que ocuparia no céu dizendo estas palavras: "Vem, que eu haverei de te receber nestas moradas de luz".
     Depois dessa visão, Tarsila ficou gravemente enferma. No seu leito de morte, ao lado da irmã Emiliana e dos parentes, pediu a todos que se afastassem dizendo: "Está chegando Jesus, meu Salvador!" Com essas palavras e sorrindo, entregou sua alma a Deus. Ao ser preparada para o sepultamento, encontraram calos duros e grossos em seus joelhos e cotovelos causados pelas contínuas penitências. Ela fazia suas orações, que duravam muitas horas, ajoelhada e apoiada diante de Jesus Crucificado.

     Poucos dias depois de sua morte, Tarsila apareceu em sonho à Emiliana convidando-a a celebrarem a festa da Epifania juntas no céu. E foi isso o que aconteceu: Emiliana faleceu na véspera do dia dos Reis.
     O culto a Santa Tarsila, mesmo não sendo acompanhado de fatos prodigiosos, se manteve discreto e persistente ao longo do tempo, provavelmente estimulado pelos exemplos singulares narrados pelo sobrinho, São Gregório Magno, que nunca citou o ano do seu falecimento no século VI.


Etimologia
Tarsila do grego tharsaléos: “corajosa”. 
Emiliana, do latim Aemilianus; derivado de Emilia, do latim Aemilius, derivado de Aemulus: “êmulo, rival, zeloso, diligentes, solícito”.

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