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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Beata Maria da Encarnação (Bárbara Avrillot Acarie), Viúva e Carmelita Descalça


A beata Maria da Encarnação é considerada a “mãe e fundadora do Carmelo na França”, porque ela ajudou a espalhar por toda a França a reforma carmelita de Santa Teresa de Ávila.
Nasceu em Paris, em 01 de fevereiro de 1566 e recebeu o nome de Bárbara Avrillot, filha do  senhor de Champlatreux, Nicolau Avrillot.
Era costume para a nobreza de sua época, confiar a educação de meninas ou adolescentes a congregações religiosas femininas. Nossa beata foi confiada na adolescência às Irmãs Menores de Nossa Senhora da Humildade, residentes de Longchamp. Retornou à sua família aos 14 anos. O desejo de fazer-se religiosa não foi autorizado por sua família. Aos 16 anos foi desposada pelo visconde Villemor, Pedro Acarie, homem de moral irrepreensível. Começou sua vida de casada e mãe, tendo seis filhos.
Deu singular exemplo de virtude cristã, de vida de oração e de contemplação, cumprindo fielmente os mandamentos e a vontade de Deus em seu lar, como mãe e esposa, cumprindo todos os deveres cristãos e religiosos, vivendo santamente em sua própria casa, tratando com respeito e caridade aos seus funcionários, dando provas de como os casais cristãos podem santificar sua vida doméstica. Soube galgar as alturas místicas, embora vivendo em meio aos cuidados e afazeres domésticos.
Trabalhou ativamente para ajudar os necessitados, especialmente no cerco de Paris, em 1590, com a intervenção militar dos espanhóis, no reinado de Henrique IV. Foi dedicada filha da Igreja e participou da ação de oposição contra a heresia protestante que procurava se estender na França. Por essa época, Deus a favoreceu com extraordinárias graças místicas.

O rei Henrique IV baniu seu marido de Paris, após a derrota da Liga à qual pertencia. Essa ingratidão do rei lhe feriu o coração, mas, ela lutou para assegurar que o seu marido fosse reabilitado. Essa luta durou quatro anos, porém, no final desse período, sua família recuperou sua honra e as propriedades foram devolvidas. 

A beata Maria da Encarnação conheceu são Francisco de Sales, que a apreciava muito e a tinha em grande conta e atuou como seu confessor e diretor espiritual. Em 1601, leu os escritos de santa Teresa de Jesus e passou a desejar, determinadamente, a fazer todo o possível para apresentar a reforma do Carmelo na França. Em 1602, surgiram as primeiras vocações. Ela obteve permissão do rei, e, em 1603, o papa Clemente VIII autorizou a primeira fundação que rapidamente foi concretizada.
Da Espanha, em 29 de agosto de 1604, vieram seis carmelitas descalças, incluindo a futura beata Ana de São Bartolomeu e a futura venerável serva de Deus Ana de Jesus. Em 17 de outubro do mesmo ano, em Paris, deu-se início ao modo de vida teresiano no mosteiro recém construído.
Bárbara Avrillot teve a felicidade de ver entrar no Carmelo todos as três filhas e viu a Ordem expandir-se também para Pontoise, Dijon e Amiens, entre 1605 a 1606. Em 1613, seu marido Pedro ficou gravemente doente e morreu depois de nove dias, na paz dos homens justos, assistida pela santa esposa e confortado por uma confirmação celeste de sua salvação eterna.


Em 07 de abril de 1614, agora livre de qualquer obrigação do mundo, entrou no Carmelo de Amiens como uma simples “irmã conversa” (equivalente quase a uma “serva das irmãs”), de véu branco, com o nome de Maria da Encarnação. Ela viveu sua vida de reclusão, com humildade, trabalhando na cozinha e auxiliando as irmãs doentes. Sofreu especialmente com o modo áspero com o qual era tratada por uma nova priora advinda de outro Carmelo. Tinha muitos êxtases e visões que a confortaram em sua longa doença. Sofrendo más condições de saúde, foi transferida para o Carmelo de Pontoise em 07 de dezembro de 1616. Após longa e dolorosa doença, entregou sua bela alma a Deus no dia 18 de abril de 1618, aos 52 anos.  Seu corpo repousa na capela do mesmo convento.

Algumas vicissitudes ligadas ao decreto do Papa Urbano VIII atrasaram seu processo de beatificação a qual retomada e só abriu em 1782 e terminou com a cerimônia celebrada pelo Papa Pio VI em 1791. 




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Outro texto com a biografia de nossa querida Beata:


Era uma mãe de seis filhos, que alcançou a graça de levar para o seu país três novas comunidades religiosas, chegando a ter três filhas religiosas e um filho sacerdote, além de dois filhos muito católicos e bons pais de família. Maria da Encarnação Acarie nasceu em Paris no ano de 1565, de família nobre. Seu marido, Pedro Acarie, um jovem advogado que ocupava um alto posto no Ministério da Fazenda, era muito piedoso e caridoso. Ajudava com grande generosidade os católicos que precisavam fugir da Inglaterra devido à perseguição da Rainha Elisabeth.

Monsieur Acarie pertencia à Liga Católica, partido que foi derrotado por Henrique IV, rei de França, que baniu os líderes da Liga, confiscando-lhes todos os seus bens. De uma hora para outra, Madame Acarie viu-se sem o marido e sem seus bens, com seis filhos pequenos para sustentar. Mas ela não era uma mulher fraca. Não se deixava derrotar pelas dificuldades. Chegou mesmo a conquistar a admiração do mesmo rei Henrique IV. Desde os primeiros anos de seu casamento, Maria da Encarnação decidiu levar uma vida de muita piedade em seu lar. Aos empregados, fazia rezar determinadas orações pela manhã e à noite. Sempre lhes oferecia toda sorte de ajuda material, e cuidava para que cada um cumprisse bem seus deveres para com Deus.
Madame Acarie reunia-se com algumas empregadas suas para rezarem juntas, corrigirem-se mutuamente, ler livros piedosos e ajudarem-se em tudo que dissesse respeito à vida espiritual. A bondade de seu coração alcançava todos: alimentava os famintos, visitava os enfermos, ajudava aos que passavam por situações econômicas difíceis, assistia aos agonizantes, instruía os que não conheciam bem o Catecismo, evangelizava os hereges e aos que haviam passado para outras religiões, e ajudava todas as comunidades religiosas, conforme lhe era possível. Após a morte de seu marido, ela pôde se dedicar exclusivamente aos serviços religiosos.
A Beata Maria da Encarnação, mesmo 
antes de sua entrada no Carmelo, já 
gozava de grandes visões místicas. 
Um dia, enquanto orava após ter lido algumas páginas da autobiografia de Santa Teresa de Ávila, Madame Acarie teve uma visão mística desta santa, que lhe diz: “Você precisa se esforçar para que a minha comunidade das carmelitas consiga chegar à França”.  Ela, então, foi falar com o Arcebispo, mas quando tudo parecia já estar encaminhado, novamente lhes foi negada a entrada naquele país. Numa nova aparição, Santa Teresa d’Ávila vem recomendar-lhe que não se canse de fazer todos os esforços possíveis para que as religiosas carmelitas possam entrar na França. Por causa dos pedidos insistentes de Madame Acarie, o Padre Bérulle (futuro Cardeal Bérulle) viajou à Espanha, onde conseguiu que se preparasse um grupo de carmelitas para serem enviadas a Paris.
Nossa santa não era dessas pessoas que ficam paradas, de braços cruzados. Sabia que havia chegado a Paris o famoso Bispo São Francisco de Salles, que pregaria uma importante série de sermões. Convidou-o a ir à sua casa. Foi quando este santo apóstolo de Cristo tornou-se seu melhor e maior aliado. São Francisco de Salles falou com as mais altas personalidades da época e ajudou Madame Acarie a conseguir a permissão de que as carmelitas necessitavam. O Papa Clemente VIII firmou um decreto permitindo a entrada das Irmãs na França. Uma importante conquista! 

Venerável Ana de Jesus e a 
Beata Maria da Encarnação, 
fundadoras do Carmelo na França
Em 1604, chegaram a Paris as primeiras Irmãs Carmelitas. À frente do grupo estava duas religiosas que, mais tarde, se tornariam beatas: Irmã Ana de Jesus e a Madre Ana de São Bartolomeu. Pouco depois, as três filhas de Madame Acarie tornaram-se monjas carmelitas, sendo logo seguidas pela mãe.
A comunidade das carmelitas estava destinada a fazer um bem enorme à França, durante muitos séculos, e a gerar Irmãs que se tornariam santas muito conhecidas, como por exemplo, Santa Teresa do Menino Jesus (Teresa de Lisieux). Maria da Encarnação Acarie, mãe de seis filhos (três religiosas, um sacerdote e dois casados), viúva, dama da alta sociedade, tornara-se uma humilde monja num convento onde uma de suas filhas era a Madre Superiora. Os últimos anos da Irmã Maria da Encarnação (nome que adotou na comunidade) foram de uma profunda vida mística, com frequentes êxtases. Em abril de 1618, caiu gravemente doente, ficando semiparalisada. Não se cansava de bendizer a Deus por todas as misericórdias que lhe havia concedido ao longo de sua vida. Em 16 de abril daquele ano, teve um êxtase e, quando terminou, uma monja lhe perguntou: “Irmã, o que fazia durante esse tempo”? Ela respondeu: “Estava falando com meu Bom Pai, Deus”.  Deu um leve sorriso e morreu.

Oremos
Senhor Deus, Todo-Poderoso, que concedeste à Beata Maria da Encarnação o dom de imitar fielmente o Cristo pobre e humilde, concede-nos também, pela intercessão desta santa, a graça de que, vivendo fielmente nossa vocação, caminhemos rumo à perfeição que Tu nos propões na pessoa de Teu Filho. Que vive e reina Contigo. Amém.




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